Título: Todos os nossos ontens
Autora: Cristin Terrill
Editora: Novo Conceito
Número de páginas: 352
Ano de publicação: 2015
Ano de publicação: 2015
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
O que um governo poderia fazer se pudesse viajar no tempo?
Quem ele poderia destruir antes mesmo que houvesse alguém que se rebelasse?
Quais alianças poderiam ser quebradas antes mesmo de acontecerem?
Em um futuro não tão distante, a vida como a conhecemos se foi, juntamente com nossa liberdade. Bombas estão sendo lançadas por agências administradas pelo governo para que a nação perceba quão fraca é. As pessoas não podem viajar, não podem nem mesmo atravessar a rua sem serem questionadas. O que causou isso? Algo que nunca deveria ter sido tratado com irresponsabilidade: o tempo. O tempo não é linear, nem algo que continua a funcionar. Ele tem leis, e se você quebrá-las, ele apagará você; o tempo em que estava continuará a seguir em frente, como se você nunca tivesse existido e tudo vai acontecer de novo, a menos que você interfira e tente mudá-lo...
Essa não foi uma leitura que me prendeu logo nas primeiras páginas. Confesso que no inicio fiquei um pouco confusa e distante da história, não só por ela ter certo nível de complexidade mas também por possuir duas protagonistas narrando a história. Mas felizmente, passado esse primeiro momento eu me senti completamente imersa na leitura e fascinada com esse universo criado pela autora.
O livro é narrado em primeira pessoa e divide o foco narrativo entre as duas protagonistas, a Em e a Marina. Apesar dos fatos que são revelados no decorrer da história, elas são personagens bem diferentes em alguns aspectos, não só por terem passado por experiencias diferentes mas também pela diferença de idade. Outra diferença notável entre elas é o tipo de narrativa, nas partes narradas pela Marina, tínhamos cenas mais longas e entravamos mais na cabeça da personagem, enquanto nas de Em as cenas eram mais rápidas e seus pensamentos eram descritos de forma mais superficial.
Durante a leitura, uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a escrita da autora. Ela consegue dos prender à história, nos envolver com a sua narrativa e nos fazer devorar o livro em pouco tempo. A fluidez da escrita juntamente com o desenrolar conflitante da trama deixaram a leitura muito mais intensa e instigante.
Sem dúvidas o meu personagem favorito foi o Finn, tanto por seu jeito descontraído que trazia uma leveza para a história, quanto por sua personalidade compreensiva e fofa.
"Xiu - ele diz baixinho. - Agora, diga para mim como você estava errada naquela época e como eu sou maravilhoso." (páginas 20)
Diferentemente de alguns thrillers que já li, esse não gira em torna de um grande mistério e não tem um clima sombrio comum do gênero. Portanto, pode ser decepcionante a expectativa de uma história mais densa e eletrizante. Contudo, mesmo sendo um thriller YA, a autora não nos poupa de uma história mais bem construída, com cenas mais tensas e dramáticas, além dos flashbacks que os personagens tem do tempo que passaram presos nas celas.
O final foi o grande ápice de tudo, ele te convida a parar e refletir sobre as atitudes dos personagens e te faz entrar em conflito sobre o que deve ser feito. Mas acima de tudo ele foi extremamente emocionante e surpreendente. A autora conseguiu finalizar sua obra com chave de ouro ao mesmo tempo deixar aquele gostinho de quero mais.
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