08/07/2016

Resenha: Mosquitolândia - David Arnold


Mosquitolândia
Título: Mosquitolândia
Autor: David Arnold
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 352
Ano de publicação: 2015
Avaliação: ★ ★ ★ ★ 

“Meu nome é Mary Iris Malone, e eu não estou nada bem.” Após o inesperado divórcio dos pais, Mim Malone é arrastada de sua casa em Ohio para o árido Mississipi, onde passa a morar com o pai e a madrasta e a ser medicada contra a própria vontade. Porém, antes mesmo de a poeira da mudança baixar, ela descobre que a mãe está doente. Mim foge de sua nova vida e embarca em um ônibus com destino a seu verdadeiro lugar, o lar de sua mãe, e acaba encontrando alguns companheiros de viagem muito interessantes pelo caminho. Quando a jornada de mais de mil quilômetros toma rumos inesperados, ela precisa confrontar os próprios demônios e redefinir seus conceitos de amor, lealdade e sanidade. Com uma narrativa caleidoscópica e inesquecível, Mosquitolândia é uma odisseia contemporânea, uma história sobre as dificuldades do dia a dia e o que fazemos para enfrentá-las.

        Mim é uma adolescente de 16 anos que está passando por um período difícil em sua vida. Depois que seus pais se divorciam, ela é obrigada a mudar de cidade e viver com seu pai e sua madrasta, com a qual ela não se da nada bem. Mas quando Mim descobre que sua mãe está doente, ela foge e da início a uma viagem de mais de mil quilômetros para encontrar sua mãe. E durante essa viagem, ela vai não só conhecer novos amigos como também terá que ultrapassar seus próprios limites se quiser ir até o fim.
        Dizer que essa história me deixou sem palavras não seria mentira. Ao iniciar a leitura de Mosquitolândia esperava um Young Adult comum e bem previsível, mas de forma alguma foi o que eu encontrei. Ao começar pela escrita do David que foi um dos fatores que mais me proporcionaram uma leitura agradável. De um jeito extremamente fluido e envolvente o autor conseguiu me prender com sua narrativa do início ao fim, nos mostrando a história pelo ponto de vista de uma adolescente impossível de não amar.
        Mim é a protagonista de sua própria história, narrando os fatos em primeira pessoa, ela nos conquista com seu sarcasmo e seu jeito de ser. Além de nos proporcionar varias risadas, ela também nos emociona em diversos momentos. 

         "Respiro fundo.
         Experimento o chapéu.
         Me olho no espelho.
         Tiro o chapéu.
         Saio da loja.
         Se alguém perguntar, isso nunca aconteceu."     pág. 102/103

        Não só sua trajetória é narrada ao longo do livro mas também os seus motivos para tal. Através de cartas, Mim compartilha com seu destinatário as razões que a levaram a tomar essa decisão de forma bem detalhada, permitindo que o leitor se aproxime mais da personagem e entenda suas inseguranças em relação a ela mesma.
        Caminhando inicialmente para o mistério, aos poucos o autor vai nos revelando todo o drama por trás do passado e do presente de Mim, tornando tudo um pouco mais pesado emocionalmente, para mais adiante abrir para o romance e um pouco de ação. E mesmo se tratando de um romance protagonizado por uma adolescente, ele não deixa que isso se torne um empecilho para não abordar assuntos mais sérios e criar reflexões mais "adultas".

        "Durante toda a vida estive em busca do meu grupo, e, durante                   toda a vida, só encontrei o vazio. Em algum momento, não sei                     quando, aceitei o isolamento."        pág. 256

        Infelizmente, existem pontos negativos que não puderam ser deixados de lado. Em alguns momentos durante a leitura, a Mim se vê passado por certas situações que me fizeram questionar sua veracidade. É claro que aquelas eram situações que ocorrem de fato, mas a forma natural como ela passa por tudo aquilo e simplesmente segue em frente como se não fosse nada me incomodou bastante, já que se tratavam se assuntos que precisam de mais aprofundamento.
        E depois de tenta angústia, risadas e surpresas, a trajetória da nossa heroína termina com chave de ouro. Dizer que lágrimas rolaram e que a emoção tomou conta não seria suficiente para expressar o que foi chegar ao fim de tudo isso. Mim nos mostra o quanto a vida real pode ser tão cruel e perfeita e que as vezes o que parece ser o fim, é simplesmente um novo começo.

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